terça-feira, 8 de março de 2011

A responsabilidade de me fazer feliz


Apegos X Preferências


Gostaria de lhe propor uma atividade...

Primeiro: Faça uma lista das suas preferências. Do que você gosta de fazer, de como gosta que sejam realizadas determinadas coisas. Escreva também o que você espera do seu parceiro, de como você gosta ou gostaria que ele agisse com você. Lembre-se dos detalhes, daqueles mimos que você gosta, do que não abre mão.

Segundo: Escreva uma lista sobre as preferências do seu parceiro, coisas, situações, mimos, etc, que você faz a fantasia de ser o que ele gosta e escolhe fazer.

Terceiro: Agora observe as duas listas e procure perceber quais preferências vocês têm em comum.

Quarto: Finalmente, perceba as suas preferências que não são as dele, e que muitas vezes lhe fazem sofrer porque não foram atendidas.

Ok. Agora perceba se de fato são preferências ou apegos.  Quando são preferências podemos ser felizes apesar de não serem satisfeitas. Mas se o que temos são apegos, normalmente nos sentimos como perdedores. Porque os apegos estão servindo a nossa exigência.

Eu prefiro ir de carro, se não é possível vou de ônibus, se não dá vou a pé, caso não possa caminhar, alguém vai me carregar. As preferências nos deixam abertos às soluções. Os apegos nos aprisionam, nos deixam sem saídas.

O que você tem escolhido: viver na exigência e permanecer aprisionado, sem saída ou estar atento aos sinais que te pedem flexibilidade, permitindo escolher uma solução. Suas escolhas são de sua responsabilidade, ser feliz também. São as escolhas, que te levam para algum lugar. Para chegar onde você quer e não em um lugar qualquer, é preciso autoconhecimento. E para se conhecer, é preciso ser honesto consigo mesmo. Olhar para dentro, reconhecer suas falhas, suas sombras, seus limites, mas também toda sua luz. O outro não tem obrigação de lhe fazer feliz, ele pode participar disso tudo, mas ser feliz é uma escolha só sua, de mais ninguém.

quinta-feira, 3 de março de 2011

“A canção dos Homens”




"Quando uma mulher, que certa tribo da África, sabe que está grávida, segue para a selva com outras mulheres e juntas rezam e meditam até que aparece a 'canção da criança'.

Quando nasce a criança, a comunidade se junta e lhe cantam a sua canção.

Logo, quando a criança começa a sua educação, o povo se junta e lhe cantam sua canção.
Quando se torna adulto, a gente se junta novamente e canta.

Quando chega o momento do seu casamento, a pessoa escuta a sua canção.

Finalmente quando sua alma está para ir-se deste mundo, a família e amigos aproximam-se e, igual como em seu nascimento, cantam a canção para acompanhá-lo na ‘viagem’.

Nesta tribo da África há outra ocasião na qual os homens cantam a canção.

Se em algum momento da vida a pessoa comete um crime ou um ato social aberrante, o levam até o centro do povoado e a gente da comunidade forma um círculo ao seu redor. Então lhe cantam a sua canção.

A tribo reconhece que a correção para as condutas anti-sociais não é o castigo, é o amor e a lembrança de sua verdadeira identidade.

Quando reconhecemos nossa própria canção já não temos desejos sem necessidade de prejudicar ninguém.

Teus amigos conhecem a ‘tua canção’ e a cantam quando a esqueces.

Aqueles que te amam não podem ser enganados pelos erros que cometes ou as escuras imagens que mostras aos demais.

Eles recordam tua beleza quando te sentes feio; tua totalidade quando estás quebrado; tua inocência quando te sentes culpado e teu propósito quando estás confuso.”



                                                                                                               Tolba Phanem

Com os Olhos da Alma


Os dois relacionamentos mais importantes são os que você mantém com você mesmo e com Deus, com o Divino, com a Força Maior, seja lá o nome que você queira dar. A relação mais importante é a que você mantém com você mesmo. Se esta relação não é verdadeira, se você não busca agir corretamente com você, é provável que projete esse relacionamento em tudo em sua vida, em outros relacionamentos, em situações diversas, inclusive na sua relação com o Divino.

O Buda acerca de 500 a.C, manifestou em suas verdades que “A maldade é sua. A tristeza é sua. Mas a virtude também é sua. E a pureza. Você é a fonte de toda pureza e de toda impureza.” E Osho diz, a respeito dessas verdades, que o maior erro que o homem pode cometer, é acreditar que o ambiente é criado por forças externas. Ele acontece do lado de fora, mas é gerado do seu profundo âmago.  Ele, o ambiente, é sua decisão interior, a manifestação da sua vontade interior. Da mesma forma, a relação entre as pessoas é a manifestação da relação de cada uma delas consigo mesmo. Se existem ruídos internos, estes ruídos irão estar presentes também no externo, na relação. A partir do contato entre duas pessoas surge o atrito. Esta fricção levará ao autorreconhecimento de cada uma delas. Por tanto, se a vida é uma grande escola, os relacionamentos são a Universidade. Eles nos dão a condição de nos olhar e nos ver através do outro.

Vivemos em polaridades, para que você entre em estado de equilíbrio, faz-se necessário o encontro consigo mesmo, revelando-se profundamente, em verdade na sombra e na luz, dando-se conta do eu inferior e do eu superior que somos nós. Enquanto não harmonizar as polaridades, mantendo-se dividida interiormente, não será possível relacionar-se harmoniosamente com outra pessoa. Então, em outro dia de roda vamos falar por que isso acontece. Até lá.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Arte do Encontro


“A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida.” Vinícius de Moraes

Pra começar, antes de ler estas linhas você poderia - é uma sugestão, fazer uma xícara de chá e ao fazê-la ficar presente em cada movimento, totalmente conectado com o momento. Simples não é? Para os budistas esta é uma forma de meditar. E por que esta minha sugestão? Porque para se falar dos encontros e desencontros na vida é preciso ficar aqui e agora, totalmente presente, sem retiradas.

Eu, me retirar?! Isto mesmo! Fazemos constantemente esse movimento, principalmente quando não queremos reconhecer as nossas fragilidades, a nossa sombra. Já parou para observar como você reage quando alguém ou algo lhe desagrada? Você se defende? Você se submete? Você se retira? Seja qual for a sua atitude, é uma escolha, sendo ela consciente ou inconsciente vai afetar a sua vida. Porque a partir dela outras situações vão ocorrer e se estabelecer, de modo dinâmico, porque nada no universo permanece parado.  E para você chegar onde você quer, precisa se conhecer. Como eu me movimento na vida? Como eu me relaciono com as pessoas, com as situações, com a natureza, com os objetos? Quando não nos conhecemos continuamos nos movendo sem ter a clareza desses movimentos, o que não nos permite escolhas conscientes, apenas vamos indo, levando a vida ou deixando ela nos levar, e desta forma nem sempre chegamos onde queremos chegar. Refazemos várias vezes o mesmo caminho, pegamos atalhos, mudamos o caminho e nada, porque só percebemos o caminho que fizemos quando vemos o resultado dessa escolha. Quando nos conhecemos e escolhemos os caminhos os resultados são mais previsíveis, porque a consciência se expande e de forma mais integrada passa a direcionar o que antes não tinha um governo verdadeiro. 

Bem, esse início de conversa, nesta roda gostosa de estar é para dizer, que pra começar precisamos nos encontrar, estabelecer uma relação interna, de você com você mesmo. Só quando aprendemos a nos relacionar interna e verdadeiramente, podemos iniciar relações exteriores autênticas. Se você não se conhece, se o que você é, é um personagem automático criado para agradar e satisfazer necessidades alheias, sua relação com você mesmo não é verdadeira, e muito menos suas relações com pessoas e com o mundo são verdadeiras.

E então, gostando da roda? Então participe dela. Este post é pra começo de conversAção. Ação!